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belo horizonte, mg, brasil | ano 1 | nº 00 | de 01 a 07 de junho de 2015
HUMOR DE PRIMEIRA, TODA SEGUNDA

PARTICIPAM DESTA EDIÇÃO:
Aragão | Batista | Cynthia B.
Balmaceda Parker | Boligán 
Lor | Mazio | Thalma
LOR, Thalma, Batista, André Mazio e Aragão: agora, vai!
Editorial 

Ah, o HUMOR... Aquilo que nos diferencia do restante dos animais; que nos dá coragem para viver nesse mundo sem graça; a força que nos leva a rir de algum desconhecido que vemos cair na calçada; ou, simplesmente,algo que pode nos fazer sermos processados, perder nossos empregos ou tomar um sopapo em um bar qualquer após aquela piadinha que não caiu bem.

Essa coisa mágica chamada HUMOR, que é também o que faz um projeto editorial de 1975 que suicidou dois anos depois diante das adversidades de um país sob ditadura militar renascer 40 anos depois, unindo cartunistas de uma mesma cidade em torno de uma mesma ideia... que é fazer HUMOR.

O HUMORDAZ nasceu como suplemento de cartuns e quadrinhos dentro do jornal Estado de Minas, na década de 70, capitaneado por Lor e Procópio, que foram reunindo gente como Afo, Dirceu, Mario Vale, Nilson, Aroeira, Clacchi, e convidados como Marcos Benjamim e Nani. Como o tempo não era de risada, o projeto não foi pra frente pelas dificuldades à época. Mas os cartunistas não pararam de ir pra frente, desenhar, e principalmente, se reproduzir.

Assim, em 2015, o projeto volta à vida, pela internet, reunindo gerações de cartunistas mais alguns convidados, publicando semanalmente às segundas-feiras textos e cartuns de humor sobre determinados temas. Essa é a primeira edição desta nova fase do HUMORDAZ. Dela participam Lor, Aragão, Batista, Thalma, André Mazio, Balmaceda Parker e nossos convidados especiais: o mexicano Angel Boligán e a carioca Cynthia B. Esperamos que venham muitos acertos e alguns erros, e ter esse espaço sem as amarras editoriais da imprensa atual. Esperamos encontrar você, leitor, aqui, toda semana.

E esperamos que, por internet, os sopapos que a gente toma em bar de vez em quando diminuam sensivelmente. Boa segunda!

Elvis não morreu. Então...



 



EMPREENDEDORISMO EM PÉ

Balmaceda Parker(*)


O caso é sério: por favor, não riam. 

Melhor dizendo: não riam de mim da mesma forma que a minha mulher riu quando eu disse que, finalmente, tinha encontrado um jeito pra aumentar nossa receita. 
- Vou ser comediante – eu disse.
E ela caiu na gargalhada. 
Claro, eu tentei ver a coisa pelo lado bom: aquilo podia ser o meu primeiro incentivo, pra começar numa carreira nova aos cinquenta. 
Mas não era, exatamente.
- Que palhaçada é essa, agora? – ela perguntou.
Explicando: o nariz vermelho era de umas vodcas que eu tinha tomado antes. 
Pra criar coragem de dar a notícia.
E ela:
- Não tô vendo graça nenhuma nessa história.
Eu tentei argumentar. Expliquei que estava sentindo que era hora de entrar pro mundo da comédia...
- A gente vai ter que se mudar pra Brasília, é? – ela foi logo deduzindo.
...que show de comédia está em alta... Que eu podia faturar uns trocados fazendo stand up...
- Como senador ou deputado, você pode faturar muito mais que uns trocados – ela desdenhou.
É... começar uma carreira nova é uma droga. Maradona que o diga. Na minha idade, então! Quem diz que não está fácil conseguir o primeiro emprego, não sabe como é difícil arranjar o que pode ser o último! 
Alguém me deu a dica:
- No seu caso, a saída é o empreendedorismo.
Mas, o que era pra ser uma alternativa honesta, acaba sendo a maior roubada!
Funciona mais ou menos assim: você tem uma grande ideia, faz planos, projetos, projeções de investimento, de receita e lucro líquido. Tem certeza de que vai se dar bem, só lhe falta um pequeno incentivo. Aí aparece alguém mais “esperto”, percebe sua hesitação, rouba sua ideia, sai na frente e acaba se dando bem. Ou seja: tudo que você precisava era um de empurrão, mas o que acaba ganhando mesmo é uma rasteira.
Mas tem aqueles que a gente não dá nada por eles e, quando vê... é um ex-BBB com um milhão no bolso! Como eu já estou beirando os 60, a Globo não vai me escolher pro BBB. Lá só entre gente jovem, bonita, sarada. O povo se inscreve, manda fita e tal, mas é tudo fita: os participantes são escolhidos a dedo. Entra ano, sai ano e é assim que é. E o mais perto que eu já passei disso, foi no meu exame de próstata: entra ânus, sai ânus, lá vem aquele dedo...
(Eu perco meus leitores, mas não perco um trocadilho desses!...)
Como eu ia dizendo, aos 50, minha carreira no BBB seria breve. Então, fora o paredão, eu só tinha uma saída: estudar. Afinal, tanto faz passar três meses no BBB ou quatro anos na faculdade: o tio sempre dança nas baladas. 
A vida toda eu fui um autodidata, mas meu sonho sempre foi ter um canudo (mais um - de outro tipo, entendeu?). É que eu ficava vendo no jornal que todo bandido que tinha curso superior tinha direito a prisão especial. Eu morria de inveja desse povo. Pelo sim, pelo não, acabei fazendo uma faculdade. E agora, com curso superior no currículo, já tenho direito a cela especial. 
Só falta escolher o crime que eu vou cometer.

(*) Jornalista e pós-graduado à distância em Assuntos Gerais e Mundanos, pela University.com.



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